diversidade

Pessoas LGBTQIAP+ sofrem mais com volta ao presencial

42% da comunidade LGBTQIAP+ afirma que pensar em estar presencialmente no trabalho causa ansiedade, segundo pesquisa

Redação

15 de julho de 2022

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Há muita discussão sobre a volta do trabalho presencial. Desde o papel das empresas em impor a quantidade de dias de trabalho no escritório, a falta de participação dos profissionais em determinadas decisões e até pessoas que desistiram de seus postos em razão do home office não ser mais uma opção.

Para a população LGBTQIAP+, o retorno ao trabalho presencial pode virar um caso de saúde mental. De acordo com uma pesquisa encomendada pelo LinkedIn e conduzida pela Opinion Box, a volta ao escritório é recebido por essa comunidade com maior ansiedade. De acordo com o levantamento, 42% da comunidade LGBTQIAP+ afirma que pensar em estar presencialmente no trabalho causa ansiedade.

Entre o público heterossexual cisgênero, apenas 22% se sentem dessa forma. A comunidade queer também sofre ou já sofreu mais com algum problema relacionado à saúde mental (47%) se comparado com os que não se identificam como LGBTQIAP+ (21%). A pesquisa entrevistou mais de 1.100 profissionais LGBTQIAP+ e heterossexuais cisgêneros de todo o Brasil.

Apesar do estudo ter identificado que 8 em cada 10 membros da comunidade LGBTQIAP+ se sentem confortáveis para compartilhar sua identidade de gênero e/ou orientação sexual no ambiente de trabalho, houve um aumento no número de pessoas que alegam ter sofrido algum tipo de discriminação (43%), principalmente por meio de piadas e comentários homofóbicos. Em 2019, esta porcentagem estava em 35%.

Discriminação

O entendimento sobre diversidade e homofobia também diverge a partir da orientação sexual: 75% dos integrantes da comunidade LGBTQIAP+ acreditam que o Brasil é um país homofóbico, contra 49% dos heterossexuais cisgêneros.

“Estes dados reforçam que não há um consenso sobre o que é homofobia, o que é um problema do ponto de vista da sociedade e, consequentemente, das empresas. Não basta falar sobre diversidade, é preciso agir e ter uma escuta ativa da comunidade para a criação de um ambiente saudável e seguro para todos e todas”, diz Gabriel Joseph, líder do comitê de diversidade do LinkedIn no Brasil.

Papel das empresas

Para os entrevistados, as companhias deveriam exercer um papel ativo na promoção de igualdade entre os colaboradores, inclusive na criação de medidas de responsabilização. Entre o público geral, 72% acreditam que deveria haver punição para quem comete discriminação no ambiente de trabalho por causa da orientação sexual de seus colegas e, mesmo no Brasil onde a homofobia é crime, 28% não concordam com a afirmação.

Entre o público heterossexual cisgênero, 69% acredita que as empresas em que trabalham apoiam a diversidade e colocam em prática ações para a promoção de igualdade. Quando considerado apenas os membros da comunidade, esse número cai para 53%.

Apesar de 80% dos respondentes acharem importante a empresa se posicionar na promoção da igualdade, 50% dos trabalhadores LGBTQIAP+ percebem que essas ações com foco em diversidade se mantiveram iguais do período pré-pandemia para o atual.

O estudo ainda apontou que 45% dos profissionais afirmam nunca ter trabalhado com pessoas trans. Neste cenário, 77% dos entrevistados sentem falta de representatividade de profissionais transgêneros no mercado de trabalho formal. Considerando apenas a comunidade LGBTQIAP+ , esse percentual é ainda maior: 84%.

“Apesar de vermos avanços importantes no mercado de trabalho, ainda temos um longo caminho a ser percorrido, o que exige que a pauta da diversidade seja colocada como prioridade nas organizações. Queremos que cada vez mais as pessoas se sintam à vontade para serem quem são dentro e fora das empresas e estamos comprometidos em trazer informações que ajudem a força de trabalho a se tornar mais equitativa e justa”, afirma Gabriel Joseph.

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