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4 tendências demográficas para o futuro do trabalho

Redação

30 de março de 2022

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Nos últimos dois anos o mundo passou por grandes transformações. Claro, já percebíamos que se avizinhava uma revolução tecnológica sem precedentes, mas o quão rápido essas mudanças foram e ainda estão sendo deflagradas ninguém previu, pois como imaginar que o mundo enfrentaria uma pandemia tão dura e duradoura como a de covid-19?

Após dois anos de pandemia – que ainda continua, infelizmente, – emergimos para uma sociedade totalmente transformada, digitalizada, cheia de complexidades e com  novos desafios que, obviamente, também são sentidos no mercado de trabalho. A análise é do estudo Futuro do Trabalho – 20 tendências para você e sua empresa navegarem, realizado pela ManpowerGroup em parceria com O Futuro das Coisas.

As tendências são divididas em cinco grandes áreas: questões demográficas, ascensão das escolhas individuais, novas configurações do trabalho, revolução tecnológica e os novos papeis das empresas.

Começamos pelo  primeiro deles:  Tendências Demográficas, que é composto por: envelhecimento populacional; ascensão feminina; diversidade, equidade e inclusão e encontro de gerações no ambiente de trabalho.

1) Envelhecimento populacional:

Chamada “A Década do Envelhecimento Saudável” pela Organização das Nações Unidas – para o período de 2021 a 2030 –, a projeção da ONU é que, em 2050, a proporção de pessoas com mais de 60 anos seja de uma para quatro pessoas.  No Brasil, a população acima dos 60 anos de vida triplicou nos últimos 50 anos: na década de 1970 eram 5,8% e, em 2020, saltou para 18,8%. Pensando que a taxa de natalidade tem caído desde o século 20 e a expectativa de vida tem aumentado, o que se tem – e terá cada vez mais- é um enorme contingente de pessoas aptas para o trabalho.

Segundo o estudo, para absorver essa mão de obra é preciso combater a cultura jovem-cêntrica, que supervaloriza os mais novos e despreza os mais velhos. Além disso, iniciativas como estruturar programas de diversidade e inclusão; conscientização e qualificação dos times de RH para os chamados vieses inconscientes; investir no desenvolvimento de profissionais mais sêniores e em parcerias com empresas com foco em talentos dessa faixa etária; promover mentorias mútuas e reversas, pois quando um profissional orienta um mais maduro, pois essa troca estimula a inovação.

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2) Ascensão feminina

 As mulheres brasileiras ocupam apenas 19% dos cargos de gestão nas empresas brasileiras, 26% das posições de diretoria, 23% de vice-presidência e 16% nos conselhos. Apenas 13% das empresas brasileiras possuem CEOs mulheres, de acordo com a Pesquisa Panorama Mulher, realizada pelo INSPER em parceria com a Talenses e citados no estudo. O que já era um cenário desigual piorou ainda mais durante pandemia. A previsão do IPEA era de que a presença feminina no mercado de trabalho chegasse a 64,3%, em 2030. Mas, pelo contexto pandêmico, a participação delas atingiu o menor índice em 30 anos. Por ocuparem os principais setores afetados pela pandemia, como hotelaria, alimentação e serviços domésticos, foram as mais afetadas pelo desemprego. Para as empresas ajudarem no combater a desigualdade de gênero, o estudo cita algumas medidas como oferecer mais flexibilidade no trabalho para que elas consigam conciliar com a maternidade e até extensão de licença parental para homens, como existe em vários lugares do mundo e algumas empresas começaram a aderir no Brasil.

3) Diversidade, equidade e inclusão

 O relatório do IBGE “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil”, em 2019, mencionado pelo estudo, apontou que apenas 29,9% dos cargos gerenciais eram exercidos por pessoas pretas ou pardas. Em funções de liderança, a presença cai para 4,7%, conforme indica o Instituto Ethos. Pessoas com deficiência também estão longe do mercado de trabalho: há 486 mil deste grupo com empregos formais – o que representa 1% das ocupações no mercado. O cenário é ainda pior para pessoas trans, pois 90% encontram na prostituição fonte de renda e subsistência, de acordo com o levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais.

Esses números mostram o quanto esse cenário é desafiador para as empresas. E engane-se quem acha que o assunto não entrará em pauta, pois os consumidores estão atentos a esse tipo de comportamento. Para tornar o mercado de trabalho mais diverso, o estudo propõe convidar as pessoas para mesa, pois a pluralidade de lentes em momentos de tomada de decisão faz com que os benefícios da diversidade se concretizem. Contratar consultorias especializadas para o recrutamento de pessoas trans, pretas e com deficiência e etc, também é uma recomendação.

4) Encontro de gerações no ambiente de trabalho

Pela primeira vez na história da humanidade, temos quatro gerações compartilhando esse ambiente: os boomer (de 55 a 64 anos- acima de 65), geração X (de 34 a 55 anos), millenials (25 a 34 anos) e geração Z (18- 24 anos). Com essa mistura de visões de mundo, além de diferentes perspectivas, podem surgir conflitos e disputas no dia a dia do trabalho, de acordo com o estudo. Por isso, é preciso apostar na empatia, na colaboração e na aproximação e nas mentorias. Esse encontro de gerações pode ser uma fonte de fortalecimento, desde que sejam implementadas ações para a integração e colaboração, destaca o relatório.

Baixe o estudo completo aqui

 

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